segunda-feira, 25 de agosto de 2008

"Aprender ensinando"

Dia agitado, acordar cedo ir para faculdade, sair correndo e ir para o estágio...( caminhar 3km)
E eu acreditando que era só isso.Mas era um dia diferente, dia de estágiaria tentar colocar em prática o que está aprendendo, e lá vou eu dar uma aula.
A classe é de crianças de 6 anos Pré III, eles são extremamente agitados, mas muito divertidos, conheço metade da classe, pois a outra metade já está de recuperação, então nunca os vejo.
Com toda a sala presente, iniciamos nosso dia, recebo as crianças na quadra, abraços, beijos...cantamos e oramos.
Pronto agora cada turma para sua rotina, areia, lanche, escovação, parque e finalmente sala....e agora o que será de mim???
Passo a tarefa de matemática que a professora deixou, todos resolvem, pintam, brigam, falam e com todo meu jeito ( que jamais saberia que tenho) proponho uma outra atividade, vamos desenhar, mas não é qualquer desenho é desenhar a escola e tudo o que veêm desta escola. Faço a pedido da turma como toda boa " tia de escolhinha" faz, desenho uma folha na lousa e coloco o titulo do trabalho para copiarem, eles se empolgam começam a desenhar cada espacinho que lembram, me desenham e tudo mais.
Sento na mesa perto da lousa e um por um me traz o desenho para eu ver, pergunto o que significa cada traço bem ou mal feito na folha e com os olhinhos brilhando eles decifram o que nem ao menos imaginavam se lembrar.
Cada pedacinho da escola é feito e é incrivél como a cada dia esta faz mais sentido em suas vidas.
Mas o mais importante nesse dia não foi o meu dia, mas o deles.
Quando uma garota muito esperta me pergunta: Tia Lais, de que cor pinto o céu e de que cor pinto as nuvens?
Sem muito saber o que dizer, olhei para o céu e respondi, olha lá fora, que cor você vê?
E ela me diz: azul, mas é o céu ou as nuvens?
Então respondo, morrendo de medo de complicar o assunto, que as nuvens fazem parte do céu então tanto céu quanto nuvem são azul.
Rapidamente ela correu para sua mesa e contou para suas amigas, exatamente como eu havia dito.

* O que importa nesta função de ensinar não é o que está certo ou errado, e sim se o que se ensina faz sentido para quem está aprendendo, se a cada sala que eu passar eu conseguir que relações com o mundo sejam feitas para que o aprender se torne apreender, então os meus dias enquanto pedagoga farão sentido.